Uma pilha, qualquer pilha, destas que colocamos em controles
remotos, brinquedos e relógios de paredes; pois bem, uma pilha!
Pilha que funciona como bateria gerando energia para colocar as
coisas em movimento, os objetos trabalhando, os controles controlando. Pólo
positivo e pólo negativo, um no fundinho outro na cabecinha, ambos funcionando
em sintonia, numa dinâmica tão comum para nós que apenas usamos sem sequer
raciocinar o processo.
Preguiçosamente, vou continuar sem raciocinar o processo, este
pelo menos. Ocorre que percebo atuando também em pessoas, vários de nós, estes mesmos pólos
(pronto descobri a America). Existem inumeráveis mocinhas "pilhas" e mocinhos "pilhas". Estou falando da dinâmica cíclica e geradora de
dependência causada pelo Yin e Yang das relações afetivas.
Já reparou como a mocinha e o galã das novelas vivem se
desencontrando, fica junto separa, separa fica junto, briga chora beija some!?
No dia a dia também podem ser observadas situações de ata e desata afetivo; só
que a ruptura definitiva é protelada e relegada ao descrédito, fato este que
reforça a saga "entre tapas e beijos".
Estou pensando, sinceramente, que os desequilíbrios geram mais
longevidade às relações que a busca por uma contínua conduta
serena-alegre-respeitosa. Pensa que estou brincando? Como gostaria de estar!
É por estas e outras "pilhas" que estou alerta: ando a
procura do botão "open" da porta da nave espacial que me
trouxe até aqui. Vou imitar os mortais "pilhados": ora aliso e tateio
carinhosamente, ora dou socos e ponta pés, ora dou gargalhadas depois choro,
ora faço ar de choro e riso tristonho. Aposta quanto comigo que meu
desequilíbrio enternecerá o piloto da nave e a porta se abrirá para eu entrar?
Mas se isto acontecer, daí a minha teoria de que não pertenço a este planeta estará desbancada, serei
provavelmente levada para pesquisa como uma "pilha comum" que
acreditava ser "gente diferente". Se eu pudesse ser, ao menos,
recarregável...