A união de dois seres diferentes que lhes permite viver com benefícios... é mais ou menos isto que significa simbiose, evidente que com a
licença poética para dizer o que vim dizer aqui (risos).
Conheço alguns casais que se separaram, uns depois de longos anos
e outros depois de pouco tempo de convivência; como muitos de nós já
percebemos, aquela máxima é o que vale: "não importa o tempo, mas a
intensidade". Com o passar do bom e velho amigo tempo, em alguns muitos casos, conseguimos
nos desapegar, mas não impunemente.
A simbiose amorosa pode dar lugar ao ódio (negação hostil e burra
do amor que ainda mora em nós); pode dar lugar à volubilidade (que é a vontade,
frustrada, de matar aos poucos a lembrança do outro em nós); pode dar lugar à
depressão (uma mistura de baixa estima com incapacidade de lidar com a ausência
do outro); pode dar lugar a uma felicidade jovial (gerada pelo sentimento de
que já foi tarde e viva a liberdade); pode se transformar numa busca solitária
e longa (tentando resgatar em outros relacionamentos aquilo que um dia tivemos
com o ex); pode se transformar em indiferença (o que significa que o amor nem
era mesmo amor); pode ocorrer a perigosa cristalização do amor (é que dói tanto - tanto, tantooo - que empedramos o sentimento e, com isso, viramos também uma pedra); pode ocorrer também a confirmação verdadeira ou inventada de
que nos fodemos sem vaselina (porque a garota, o cara que se foi ou que
mandamos embora - shit - era O Amor que não soubemos
preservar)...
Bom, na real, a união quando deixa de trazer benefícios (alegria,
segurança, conforto, sexo selvagem, noites românticas, conversas mudas e
harmônicas, viagens, a aprovação dos
amigos, inveja das mal amadas, admiração dos outros casais, um lar - no sentido de co-habitarmo-nos; etc), começa a
desandar e cai em derrocada. Isto porque, acredito eu, exigimos do outro o que
- quase sempre - não somos capazes de dar (eu mesma tenho um monte de
limitações para o que quero dar, no sentido geral da palavra dar... risos).
Tem ainda outras questões que interferem na decisão de estarmos
com alguém: a de que queremos que todos nos aprovem e aprovem nosso par; a problemática do
ciúme; as exigências sociais e familiares (porque não somos somente dois, somos
um núcleo familiar cercado de anseios e complexos); o padrão sócio-econômico
(sem hipocrisia); a distância ou proximidade gerada pelo coeficiente
intelectual (tem gente inteligente que gosta de gente menos inteligente pra se sobressair, tem
gente que não liga, tem gente que finge não ligar, tem gente que só se importa
com isto e se ferra); a importância que se dá ou não ao sexo; a capacidade que
ambos devem ter para lidar com o lado negativo um do outro...
Agora, muito duro de lidar é a inconstância e as oscilações de
humor, parece que o mundo está virando "polipolar" (os bipolares já estão
ultrapassados).
Verdade seja dita, lidar com a separação não é fácil! Ter que dar
satisfação aos outros do porquê nos separamos também é um chute no saco, talvez
até por isto adiamos tanto e ficamos presos à relacionamentos ruins.
Só que tem um fato raro que ocorre, disso vou falar bem baixinho
porque é segredo: é a simbiose mesmo após a separação (pode ser um fato recíproco
ou solitário - não importa). Tem relacionamentos que se rompem, mas nunca
(neste caso o nunca existe mesmo) se acabam, nem com a ausência e a distância.
É aquele amor do passado que gera insegurança se mencionado ao atual! Este amor
que fica, que não sai, que não cessa; o qual nem sequer precisamos querer
pensar nele pois que ele já é onipresente (um deus em nosso coração). Contra
este amor não há argumentos, só a aceitação de que é passado e que não volta,
porém jamais irá se extinguir. E aprendemos a conviver com ele com uma lealdade
velada, seguindo a vida... Assim deve ser!!!
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